sexta-feira, 6 de maio de 2011

Sopão para moradores de rua de Natal










Ontem foi a minha primeira vez numa atividade que há muito tempo tinha vontade de fazer. Distribuir comida para os moradores de rua da nossa cidade. Entrei para um grupo que faz isso todas as quintas, sempre após às 21:00, por causa da empresa que doa os pães. É uma experiência que mistura vários sentimentos.
Existem, como moradores de rua, pessoas de várias características: homens, mulheres, crianças, homossexuais, jovens, velhos, negros, brancos, etc. A miséria não tem distinção e preconceito.
Os alimentos são doados por instituições (02 tipos de sopa, pães,) e as demais coisas que se usam (bananas, copos, café com leite, etc) são conseguidas por doações esporádicas ou comprado pelos voluntários mesmo. Está pronto o cardápio que, para alguns é a única refeição do dia.
Existe um trajeto pré-determinado pelo grupo, e as paradas são feitas onde sempre tem maior número desses moradores, mas, se for encontrado algum no meio do caminho, para-se o carro e atende. Fome é fome!
Entre as coisas que me chamaram atenção, vale destacar algumas: em sua maioria, são pessoas educadas, sabendo muito bem usar o "por favor" e "obrigado". São pessoas ordeiras: fazem fila, não se tem problema com isso. São pessoas solidárias: na hora da chegada dos carros, é comum escutar gritos e alguns correndo para chamar outros que estão perto para também comerem.
Lógico que nem tudo são flores, a vida é muito cruel com eles, portanto...
Existem muitos drogados, tem foragido da justiça, mãe que se prostitui com uma criança de 2 anos no colo, bêbados. Mas, em NENHUM MOMENTO, tive a menor sensação de risco. Muito pelo contrário. Conversas, brincadeiras, agradecimentos. Essa é a nossa recepção. E, o sorriso! De todas as formas, de todos os jeitos, mas sincero.
O grupo da qual estou começando a participar é composto por 04 pessoas. Existem outros grupos que fazem o mesmo trabalho em outros dias da semana.
Quem quiser participar, pode entrar em contato, não existe hierarquia, religião, política, nada. Só vontade de ajudar o próximo. E, se não quiser ir na distribuição, pode ajudar (e é muito importante) com novos fornedores de alimentos, copos, etc. Ou de qualquer outra forma.
No final, a sensação de "dever cumprido" é indescritível.