terça-feira, 24 de maio de 2011

Amanda Gurgel: o certo e o duvidoso.

A repercussão foi imediata (ou quase). Como a imprensa local é quase toda dominada pela classe política e os órgãos governamentais são os maiores anunciantes (patrocinadores), o pronunciamento de Amanda Gurgel só foi ter vez no rádio, tv e jornal depois que, espontaneamente a população o elegeu como campeão de audiência através do youtube e o divulgou de graça pelas redes sociais. Daí para o Faustão, Jornal da Record, etc, etc foi um pulo.
Porque? Na minha visão ela expressou na cara - e no lugar - de pessoas apropriadas, de forma coerente, mas se impondo, o desejo de uma classe profissional que nunca teve direito a uma dignidade mínima de trabalho. Não houve o menor esboço de reação - e olhem que eram políticos que lá estavam - pois não havia como reagir.
Com isso, ela - Amanda Gurgel - ganha status de heroína. A população, sedenta de justiça, de um(a) salvador(a) da pátria, vê nessa pequena mulher uma ínfima possibilidade de um começo de vida melhor. Será? Acho pouquíssimo provável.
Não respondo pelo Brasil, mas na nossa cidade, no nosso estado, o poder público oferece bensesses a muita gente, de forma direta ou indireta. Essas pessoas tem famílias e, portanto seus votos são multiplicados por 4, 5 ou mais.
Pessoas que hoje aplaudem e gritam o nome de Amanda Gurgel, na hora do voto, trocaram seus (ou de alguém muito próximo) confortáveis contra-cheques (ou contratos), expedientes de 06 horas diárias, varias feriados e recessos e tudo mais que o maravilhoso poder público oferece por uma aposta incerta?
Sendo bem pragmático, não sou muito otimista ao responder essa pergunta.
Nesse caso vale muito aquele ditado. "É melhor o certo do que o duvidoso."